Antes de mais, obrigado aos administradores do blog pelo honroso convite que me fizeram para colaborar neste espaço. Todos os verdadeiros dragões serão sempre poucos para expressar a força do clube.
Quiseram as circunstâncias do calendário que o meu primeiro artigo neste espaço coincidisse com o empate do FC Porto ante o Feirense. Jogo que merecíamos ter ganho, deveríamos ter ganho e que nos devemos envergonhar de não ter ganho (sim, no FC Porto o objectivo é sempre a vitória, tudo o resto são vergonhas). De qualquer forma gostei da atitude da equipa, aumentei a consideração por Vítor Pereira e quis que o James Rodriguez apanhasse o primeiro avião para a Colômbia logo após a expulsão (lá está, isto de ser portista há 34 anos dá-me o direito de desprezar quem tem tanto de bom jogador como de estúpido o suficiente para cometer uma infantilidade que lhe vai custar a ausência no próximo jogo com o Benfica e, igual dose, para apoiá-lo neste momento complicado). Isto tudo pode parecer contraditório, reconheço. Mas o futebol não se explica e ser portista muito menos; sente-se de forma tão pessoal e intensa que transformar tudo em palavras é mais complicado do que construir um arranha-céus numa manhã.
Bem, tristezas à parte, importa dizer o que é ser FC Porto. Pelo menos o que é para mim ser do FCP, que pelos outros não falo. Ser portista, antes de mais, é a consequência lógica de ser portuense e tripeiro. Não consigo conceber como alguém do Porto consegue torcer por equipas de Lisboa, sendo que estão a pactuar com aqueles que mais têm prejudicado a minha (nossa) cidade e a região Norte desde há longas décadas. É contraditório, mas enfim…
Ser portista é ter orgulho no que é uma cultura de vitória, uma cultura que procura a excelência, uma cultura que vive com o foco em patamares onde só estão os melhores, uma cultura onde a palavra derrota não consta do dicionário e em que o encolher de ombros perante o insucesso não só não é admissível como é intolerável. Tivesse Portugal inteiro esta mentalidade e seríamos um país com patamares de desenvolvimento ao nível dos mais evoluídos, quase posso garantir.
Ser portista é poder afirmar que a minha cidade tem muito mais projecção graças a uma entidade (também podia escrever marca, mas resumir um clube de futebol a um simples negócio é estragar a beleza que lhe dá brilho enquanto instituição que serve o desporto) que faz mais por ela do que qualquer outra.
Ser portista é ter orgulho num clube que nunca desistiu do seu trilho, das suas raízes, do seu mote, do seu lema. E que sempre soube crescer sem abdicar das suas premissas. Mais ainda, que soube ultrapassar as fronteiras de uma região para se tornar num clube à escala mundial (eu sei que para muitos ainda custa engolir que o FC Porto não tem adeptos apenas no Norte, mas com o mal dos outros posso eu bem).
Ser portista é também não ser anti nada, mas 100 por cento FCP. Não precisamos de ser contra algo para afirmarmos a nossa identidade. Já nos tornamos tão enormes que são os outros que nos têm que olhar de baixo para cima e não o contrário. Se assim não nos olham, o problema é deles. Se preferem a inveja ao reconhecimento do mérito alheio, problemas deles também. Fiquem onde estão enquanto nós crescemos mais e mais. O que, bem vistas as coisas, não nos é mau de todo.
Ora, isto não quer dizer que a rivalidade não me faça mover enquanto dragão. Claro que faz, porque todas as rivalidades o fazem, seja qual for o clube, seja qual for a parte do mundo. Só os falsos puritanos ou os hipócritas, no fundo são a mesma coisa, são capazes de afirmar que as rivalidades prejudicam o futebol e o matam. Mentira absoluta. O que seria o Brasil sem um Fla-Flu ou um S. Paulo-Corinthians, a França seu um Marselha-PSG, Espanha sem um Barça-Real Madrid, Itália sem um Nápoles-AC Milan ou até a Ucrânia sem um Shakthar Dontesk-D. Kiev? Apenas amostras sem sal de campeonatos de futebol. E o futebol, acima de tudo, vive das emoções, sem elas seria desprovido de sentido.
A rivalidade explica-se de uma forma simples. No meu caso, a posição em relação ao Benfica é extremamente simples de explicar: quero que eles percam sempre, se possível por mais de setenta golos de diferença em relação ao adversário. E só não peço que desçam aos distritais porque assim se perderia o estímulo de ter um rival por perto, por muito que a sua qualidade piore ano após ano, , Além de que a rivalidade espicaça a qualidade. Ou será por competir contra o Gil Vicente ou o Rio Ave que o FC Porto vai ambicionar ser cada vez melhor? A verdade é que, já lá vão quase 40 anos, o FC Porto tomou o Benfica como referência, e quis tornar-se tão bom ou melhor do que ele. Não só o conseguiu como ultrapassou as melhores expectativas. Mais, ao invés do Benfica, o FC Porto cresceu na História, soube evoluir adaptando-se aos novos tempos e evitou que as taças guardadas no museu do clube fossem a única referência. Olhou em frente e tornou-se maior ainda. Outros houve que se julgaram grandes e pararam no tempo, estagnando e olhando com desconfiança e inveja o sucesso de quem os ultrapassou com mérito e inteligência. E também isso faz-me sentir orgulhoso de ser portista: o não precisar de sentir inveja de ninguém para continuar a seguir o meu caminho e continuar a encher o peito de vitórias e conquistas.
No entanto, se há algo que a rivalidade com o Benfica jamais me fará dizer é que vibro mais com uma derrota deles do que com uma vitória nossa. Não penso assim e quem assim pensar que me desculpe mas não é um verdadeiro dragão. Quero que eles percam sempre, sim, mas uma vitória do FCP frente a um Joane que seja sabe sempre melhor do que uma derrota do Benfica na final da Champions (algo que nunca vou ter oportunidade de assistir, é certo, porque eles para chegar aos oitavos de final é sempre um ai Jesus).
Para terminar, permitam-me que desabafe que pela primeira na vida concordei com Rui Santos (um dia explico por aqui a minha teoria em relação a esta figura tão típica do Portugal no seu pior). Foi quando recentemente afirmou que o FC Porto utiliza o campeonato nacional como treino para a Liga dos Campeões. Acertou em cheio. Porque, por cá, o trabalho fez-nos atingir um degrau tão alto que, mesmo com empates contra o Feirense pelo meio, o campeonato é-nos demasiado pequeno para as nossas ambições e a nossa grandeza.
Bom, agora que já me alonguei mais do que suficiente, vou ali e já venho. Volto para a semana se me deixarem.
Viva o Futebol Clube do Porto!
Pedro Emanuel Santos
Quiseram as circunstâncias do calendário que o meu primeiro artigo neste espaço coincidisse com o empate do FC Porto ante o Feirense. Jogo que merecíamos ter ganho, deveríamos ter ganho e que nos devemos envergonhar de não ter ganho (sim, no FC Porto o objectivo é sempre a vitória, tudo o resto são vergonhas). De qualquer forma gostei da atitude da equipa, aumentei a consideração por Vítor Pereira e quis que o James Rodriguez apanhasse o primeiro avião para a Colômbia logo após a expulsão (lá está, isto de ser portista há 34 anos dá-me o direito de desprezar quem tem tanto de bom jogador como de estúpido o suficiente para cometer uma infantilidade que lhe vai custar a ausência no próximo jogo com o Benfica e, igual dose, para apoiá-lo neste momento complicado). Isto tudo pode parecer contraditório, reconheço. Mas o futebol não se explica e ser portista muito menos; sente-se de forma tão pessoal e intensa que transformar tudo em palavras é mais complicado do que construir um arranha-céus numa manhã.
Bem, tristezas à parte, importa dizer o que é ser FC Porto. Pelo menos o que é para mim ser do FCP, que pelos outros não falo. Ser portista, antes de mais, é a consequência lógica de ser portuense e tripeiro. Não consigo conceber como alguém do Porto consegue torcer por equipas de Lisboa, sendo que estão a pactuar com aqueles que mais têm prejudicado a minha (nossa) cidade e a região Norte desde há longas décadas. É contraditório, mas enfim…
Ser portista é ter orgulho no que é uma cultura de vitória, uma cultura que procura a excelência, uma cultura que vive com o foco em patamares onde só estão os melhores, uma cultura onde a palavra derrota não consta do dicionário e em que o encolher de ombros perante o insucesso não só não é admissível como é intolerável. Tivesse Portugal inteiro esta mentalidade e seríamos um país com patamares de desenvolvimento ao nível dos mais evoluídos, quase posso garantir.
Ser portista é poder afirmar que a minha cidade tem muito mais projecção graças a uma entidade (também podia escrever marca, mas resumir um clube de futebol a um simples negócio é estragar a beleza que lhe dá brilho enquanto instituição que serve o desporto) que faz mais por ela do que qualquer outra.
Ser portista é ter orgulho num clube que nunca desistiu do seu trilho, das suas raízes, do seu mote, do seu lema. E que sempre soube crescer sem abdicar das suas premissas. Mais ainda, que soube ultrapassar as fronteiras de uma região para se tornar num clube à escala mundial (eu sei que para muitos ainda custa engolir que o FC Porto não tem adeptos apenas no Norte, mas com o mal dos outros posso eu bem).
Ser portista é também não ser anti nada, mas 100 por cento FCP. Não precisamos de ser contra algo para afirmarmos a nossa identidade. Já nos tornamos tão enormes que são os outros que nos têm que olhar de baixo para cima e não o contrário. Se assim não nos olham, o problema é deles. Se preferem a inveja ao reconhecimento do mérito alheio, problemas deles também. Fiquem onde estão enquanto nós crescemos mais e mais. O que, bem vistas as coisas, não nos é mau de todo.
Ora, isto não quer dizer que a rivalidade não me faça mover enquanto dragão. Claro que faz, porque todas as rivalidades o fazem, seja qual for o clube, seja qual for a parte do mundo. Só os falsos puritanos ou os hipócritas, no fundo são a mesma coisa, são capazes de afirmar que as rivalidades prejudicam o futebol e o matam. Mentira absoluta. O que seria o Brasil sem um Fla-Flu ou um S. Paulo-Corinthians, a França seu um Marselha-PSG, Espanha sem um Barça-Real Madrid, Itália sem um Nápoles-AC Milan ou até a Ucrânia sem um Shakthar Dontesk-D. Kiev? Apenas amostras sem sal de campeonatos de futebol. E o futebol, acima de tudo, vive das emoções, sem elas seria desprovido de sentido.
A rivalidade explica-se de uma forma simples. No meu caso, a posição em relação ao Benfica é extremamente simples de explicar: quero que eles percam sempre, se possível por mais de setenta golos de diferença em relação ao adversário. E só não peço que desçam aos distritais porque assim se perderia o estímulo de ter um rival por perto, por muito que a sua qualidade piore ano após ano, , Além de que a rivalidade espicaça a qualidade. Ou será por competir contra o Gil Vicente ou o Rio Ave que o FC Porto vai ambicionar ser cada vez melhor? A verdade é que, já lá vão quase 40 anos, o FC Porto tomou o Benfica como referência, e quis tornar-se tão bom ou melhor do que ele. Não só o conseguiu como ultrapassou as melhores expectativas. Mais, ao invés do Benfica, o FC Porto cresceu na História, soube evoluir adaptando-se aos novos tempos e evitou que as taças guardadas no museu do clube fossem a única referência. Olhou em frente e tornou-se maior ainda. Outros houve que se julgaram grandes e pararam no tempo, estagnando e olhando com desconfiança e inveja o sucesso de quem os ultrapassou com mérito e inteligência. E também isso faz-me sentir orgulhoso de ser portista: o não precisar de sentir inveja de ninguém para continuar a seguir o meu caminho e continuar a encher o peito de vitórias e conquistas.
No entanto, se há algo que a rivalidade com o Benfica jamais me fará dizer é que vibro mais com uma derrota deles do que com uma vitória nossa. Não penso assim e quem assim pensar que me desculpe mas não é um verdadeiro dragão. Quero que eles percam sempre, sim, mas uma vitória do FCP frente a um Joane que seja sabe sempre melhor do que uma derrota do Benfica na final da Champions (algo que nunca vou ter oportunidade de assistir, é certo, porque eles para chegar aos oitavos de final é sempre um ai Jesus).
Para terminar, permitam-me que desabafe que pela primeira na vida concordei com Rui Santos (um dia explico por aqui a minha teoria em relação a esta figura tão típica do Portugal no seu pior). Foi quando recentemente afirmou que o FC Porto utiliza o campeonato nacional como treino para a Liga dos Campeões. Acertou em cheio. Porque, por cá, o trabalho fez-nos atingir um degrau tão alto que, mesmo com empates contra o Feirense pelo meio, o campeonato é-nos demasiado pequeno para as nossas ambições e a nossa grandeza.
Bom, agora que já me alonguei mais do que suficiente, vou ali e já venho. Volto para a semana se me deixarem.
Viva o Futebol Clube do Porto!
Pedro Emanuel Santos
TXCHIIIIIIIIIIIIII....... QUÉ QUÉ ISTO!! até me arrepiei todo amigo Pedro, já vi que acertei na murche em convidar-te para dar uma mãozinha aqui no blog!! Penso exactamente assim Porto sempre em 1º lugar!! bem-vindo e para a semana cá te espero!!
ResponderEliminarTxhiiii... Nada de exageros :)
ResponderEliminarPara a semana cá estarei com todo o prazer!
Sr. Pedro, seja muito benvindo ao nosso humilde blogue, pelo que desde já um bem haja.
ResponderEliminarPara primeiro tema, deixe que lhe diga, não consigo colocar/retirar um ponto ou uma virgula, está excelente.
São maneiras de ser e de estar que TODOS os portistas deviam ter, os outros é que têm que falar de nós, nem que seja mal, é sinal que somos melhores que eles, ao falarmos deles estamos-lhes a dar a importância que não têm, principalmente com cantigos estupidos, agora já se canta no nosso estádio para o "inimigo"? não compreendo.
"Ser portista é também não ser anti nada, mas 100 por cento FCP. Não precisamos de ser contra algo para afirmarmos a nossa identidade. Já nos tornamos tão enormes que são os outros que nos têm que olhar de baixo para cima e não o contrário." - esta sua frase diz quase tudo em relação a essa parte.
Mais uma vez parabens, benvindo e para a semana não o quero ver por aqui, ou melhor, não o quero ver só na proxima semana, lol, mas sim todos os dias, na proxima semana contamos com mais um excelente artigo. Obrigado por aceitar o convite do amigo João Carlos, bem como todos os outros que se juntaram a nós esta semana, pela amostra isto promete e muito. Obrigado a todos.
Cumprimentos.
Tenho forçosamente de comentar porque foi um artigo que deu gosto estar a ler! Identifico-me com a sua maneira de ser Portista e só acrescento que no jogo contra o Feirense, apesar da falta de sorte, houve momentos que apeteceu-me bater em certos jogadores que ainda não devem ter interiorizado a mística do Porto, um jogo só acaba quando o árbito apita e até lá há que dar tudo!... Espero sinceramente ter o prazer de ler mais artigos seus!
ResponderEliminar(Mª José - Mulheres de Sangue Azul)
Parabéns Pedro, falou e falou muito bem! Isto é que é um Portista de raça que fala com o coração.
ResponderEliminarParabéns!
Maria Jose terá com certeza, às 3ª feiras encontrará sempre os artigos do Pedro!!! venha as 3ªas mas tbm nos outros dias!! é um prazer receber no nosso blog as Mulheres de Sangue azul!!
ResponderEliminarMuitos parabéns Pedro, o texto está excelente, Ser Portista é isso mesmo e por falar em rivalidades, que na próxima 6a estejamos ao mais alto nível, enormes, para que os outros nos continuem a "olhar de baixo para cima" porque "Este é o nosso Destino" Força Porto!!!
ResponderEliminarOlá Pedro.
ResponderEliminarParabéns pelo excelente texto, será com certeza mais uma grande "contratação" para o nosso blogue.
Só umas perguntinhas que não tem nada a ver com isto:
1 - alguém me sabe informar o que se passou com o Trio de Ataque?
Desapareceu como o fumo... Estaríamos a incomodar muito o clube da treta?
2 - Viram ontem a miserável intervenção no Dia Seguinte daquele palhaço que representa a "instituição"?
3 - Leram uma croniqueta miserável do Manhoso no Rascord de hoje? Não há quem lhe mande um encharcado pelas ventas abaixo?
Abraço
Obrigado a todos pelas vossas palavras. É um prazer escrever neste blog.
ResponderEliminarAbraço
Pedro Emanuel Santos
Boas Amigo Lima, O trio de ataque foi adiado para sexta feira a seguir ao jogo devido á entrevista do Steps Rabbit e aos programas de debate sobre a dita entrevista!!
ResponderEliminarO dia seguinte já não vejo, a minha televisão andava a sofrer o risco de partir de cada vez que arremessava o comando contra a cara desse palhaço!!
A croniqueta do Manhoso por acaso até fiz alusão a ela na minha página do facebook, e desculpem-me a linguagem esse Manhoso é um cabrão e Filho da Puta!! Estes gajos é que já não há vergonha eles são pagos para atacar o Porto!! Já agora amigo Lima tem pagina no facebook?
Obrigado João Carlos
ResponderEliminarFiquei furioso, pensei que tinham cancelado o programa. Ainda é o único que se pode ver. O Dia Seguinte, o Prolongamento, o Tempo Extra, e o outro da TVI24 onde aparece aquela gaja com cara de ovo estrelado, estão no ar, simplesmente para queimar o nosso Clube.
Outra coisa. Não estou no Facebook. Presentemente só tenho uma crónica semanal no Mística, e mando para este, uns bitaites, de vez, em quando.
Mas se me quiser contactar pode fazê-lo para o email joselima918@gmail.com
Abraço