ANTÓNIO OLIVEIRA

O canal oficioso da “instituição” levou o nosso antigo jogador/treinador ao programa Dia Seguinte. Para desanuviar da pressão do jogo com a Espanha, e para utilizar uma expressão do futebol, o António, “encheu o campo”. Irrepreensivelmente bem vestido, o agora Doutor António Oliveira, formado há pouco tempo em Direito pela Universidade Católica, está diferente. Para melhor. O início da entrevista, muito formal, deixava adivinhar borrasca lá para o fim…

Os 4 cangalheiros de serviço abriram as hostilidades com perguntas muitas vezes já respondidas, deixando o nosso amigo brilhar como peixe na água. A imagem que tenho de Oliveira é a mesma de quando há 35 anos parava na Petúlia. Além de o ver alinhar de azul-e-branco, com Pedroto a treinador, no campeonato de 77/78, e depois de passagem fugaz pelo Bétis, tivemos a felicidade de após algumas peripécias, o ter a treinar a nossa equipa e ser campeão nas épocas 96/97 e 97/98.

Não pactuava com certas palhaçadas que por vezes aparecem no nosso clube, foi jogar para o Sporting, treinar o Penafiel e a Selecção, onde, como de costume houve mosquitos por cordas. Se não for a AdoP, são “as meninas”, se não forem “as meninas” é a besta do Laurentino, se não for a besta do Secretário de Estado, são as bestas da Comunicação Social Lisbonária, daquela vez, na Coreia, onde como estão recordados, toda a gente se atirou ao homem. Para mim, que sempre segui a sua carreira com interesse, parece que nunca saiu de cá.

Além do carimbo do N’dinga (ih!ih!ih!), um segredo bem guardado é a história da sua zanga com o irmão Joaquim, depois de serem sócios, nos princípios da Olivedesportos.

Voltemos à entrevista. Se não estivesse convencido que a “instituição” não vai aceitar o valor oferecido por Joaquim Oliveira, poderia pensar que a entrevista tinha por fim preparar os adeptos encarnados para, na ausência de outro candidato aos Direitos das Transmissões Televisivas, aceitarem um valor próximo do oferecido.

António Oliveira foi racional, explicou por A+B ao analfabeto representante do clube da treta que, não só o Benfica não tem nenhuma comparação com o Real de Madrid, o Barcelona, os clubes Ingleses ou os Italianos, como o mercado publicitário do nosso País não consegue “angariar publicidade” que cubra um valor muito elevado.

Ultrapassada esta questão, lá veio a pergunta de algibeira: a eventual candidatura ao Futebol Clube do Porto após o ciclo Pinto da Costa. O canal oficioso do clube da treta, e não só, está mortinho por ver o nosso Presidente dali para fora. Muito dificilmente terá condições, julgo eu, para disputar o lugar. António Oliveira (detentor de 11%) sabe que está espartilhado pelos outros accionistas, entre os quais em igualdade de Acções o próprio Joaquim Oliveira. Conforme explicou, em todo o seu trajecto como jogador e treinador, deixou demasiados rabos-de-palha.

Depois António Oliveira deu a bicada da ordem, ao lembrar ao vice-presidente e director da “instituição” que, em tempos que já lá vão, se não fosse a Olivedesportos, o clube meio-falido, tinha falido mesmo. Acabar não acabava, disso tenho eu a certeza. O Estado fazia como ao BPN: perdoava-lhe as dívidas e levava-o ao colo!

O cangalheiro/moderador ainda ressuscitou o fantasma da Coreia, assunto por demais explicado, e do qual António Oliveira, nos Tribunais verdadeiros, saiu por cima com uma vultosa indemnização. Dizer que a Olivedesportos é quem manda no nosso pobre futebol, foi um saboroso momento de ironia. O canal da treta já não convence ninguém.