O MOMENTO DO SPORTING

O adiamento da conclusão do projecto de reestruturação financeira do Sporting até 30 de Setembro deste ano poderá dificultar o planeamento da próxima temporada desportiva dos leões. Sem o dinheiro que resultaria da redução do serviço da dívida, a administração da SAD e Costinha, claro, terá menos margem de manobra para ir ao mercado adquirir os reforços que estão identificados para reforçar o plantel. José Eduardo Bettencourt está, naturalmente, a procurar alternativas a este financiamento que poderá não chegar a tempo do início desta época. Aliás, é convicção dos responsáveis leoninos que essa não será uma tarefa fácil, uma vez que, nos últimos anos, o investimento da banca na indústria do futebol tem vindo a diminuir drasticamente, não apenas por causa da crise generalizada, mas também porque o retorno do desporto-espectaculo é difícil de quantificar e menor do que se pensava há uns anos. Quais as razões que levaram o Sporting a comunicar em Abril à CMVM a suspensão, por 6 meses, do projecto de reestruturação financeira?

Filipe Nobre Guedes, mentor do plano encetado durante o mandato de Soares Franco vai continuar, nos próximos meses, a tentar encerrar um dossier com mais de quatro anos, considerado fundamental para uma melhoria substancial da vida financeira do clube. O Sporting necessita de financiar-se e este foi o caminho escolhido. Com um Capital Próprio negativo (23.8M€) um Passivo Não Corrente muito substancial (110.5M€) e um Passivo Corrente (32.4M€), resulta como se pode verificar no recente RC referente ao 1º Semestre da época 2009/2010 (1 de Julho a 31 de Dezembro de 2009), uma situação de falta de liquidez (tesouraria) agravado pelo facto de neste período os Custos terem sido superiores aos Proveitos, provocando um resultado operacional negativo de 5.2M€.

JOSE LIMA