quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ukra novamente de fora...

Não sou adepto de crítica negativa fácil, nunca assobiei a minha equipa no estádio, e na globalidade até apoio o modelo de gestão do nosso clube.
No entanto penso que quando consideramos que algo está mal, temos o dever de o dizer, para que se possa debater idéias. Só assim há progresso.

No actual FC Porto, há uma coisa que me faz bastante confusão, que é a estratégia de aproveitamento dos nossos jovens, assim como e em consequência disso mesmo, algumas contratações. Fomos campeões europeus por duas vezes, e em ambas o ponto coincidente, era o facto de termos uma equipa quase totalmente composta por portugueses, e os poucos estrangeiros que tínhamos eram de facto melhores que muitos portugueses.

Não sou racista nem xenófobo, até bem pelo contrário sou uma pessoa de causas, mas no que ao futebol diz respeito, tenho de admitir que para mim é um mundo á parte.
Apesar de ter crescido em plena era Bosman, não consigo deixar de pensar no quão muito mais belo seria o futebol se houvesse limite de estrangeiros.

Certo dia assisti a uma conferência de Luis Freitas Lobo na qual, ele falava sobre a globalização do futebol e como os países iam perdendo o seu ADN futebolístico. Quando íamos a Itália, e víamos um míudo na rua, provavelmente o seu desejo no futuro era ser defesa como o Maldini, se fossemos á Holanda o mais provável era esse miudo querer ser o Van Basten, e em Portugal era provável querer ser extremo e imitar o Figo ou o Ronaldo. Concordo totalmente com esta visão do melhor comentador português e tenho de admitir que me custa ver uma Alemenha com jogadores de ascendencia polaca e turca, e uma França em que praticamente não há um jogador com ascendencia francesa.
Pelo contrário, fico fascinado ao ver um Barcelona campeão europeu com 7 jogadores da cantera a titulares, e uma selecção espanhola campeã do mundo a praticar o seu futebol, que é aprendido desde as camadas base de formação.

Isto tudo para chegar ao ponto que mais nos interessa, que é o nosso clube. Custa-me imenso olhar para a equipa titular do FC Porto e apenas ver 3 portugueses, sendo que nenhum deles foi formado no nosso clube. Tenho saudades de jogadores como o P.Santos, André, João Pinto, Domingos, etc, mesmo que tivessem menos sucesso, dava-me mais gosto identificar-me com quem estava em campo.

Custa-me a entender que gastemos dinheiro (e nao é pouco) em transferências, quando podíamos dar oportunidades a jovens que provavelmente sentem muito mais a camisola.
Será que alguém me pode dizer em què que Mariano é melhor que o Ukra, ou o Souza é melhor que o Castro, ou o Tomás Costa era melhor que o Paulo Machado, ou o Prediger melhor que o Nuno Coelho entre muitos outros?

Enfim fica o desabafo.

2 comentários:

  1. Mais uma brilhante analise, na qual eu me revejo, principalmente na parte do Mariano, é esforçado, lutador e aguerrido, mas, nao chega, e, ja começa a meter do ve-lo jogar, outra vez...

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  2. Obrigado Artur, fica o desabafo sobre uma situação que me custa muito ver no futebol mundial e particularmente no meu clube. Abraço

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