Ainda o jogo de Sevilha...

Fazendo uma análise superficial ao jogo de quinta-feira entre o Sevilha e o Mágico Porto, podemos dizer que foi uma vitória importantíssima num dos campos mais complicados da Europa frente a uma equipa que não estando nos dos seus melhores anos, não deixa de ser uma grande equipa.

Comecemos precisamente por aqui, é certo que esta equipa do Sevilha especialmente no seu campeonato está uns furos abaixo do que seria de esperar, mas não deixa de ser uma belissima equipa. Falando de nomes, esta equipa apresenta no seu plantel jogadores como Luis Fabiano, Kanouté, Jesus Navas (grande jogador), Zokora, Romaric, Rakitic, Perotti, Negredo, etc etc, e mesmo o que é apontado como o elo mais fraco da equipa, a defesa, possui jogadores como o campão do mundo sub-20 e campeão olímpico Fazio, o bem conhecido Dragutinovic, assim como Escudé, Navarro e Cáceres, tudo jogadores com provas dadas no futebol mundial.

Se no campeonato as coisas não estão a correr grande coisa, temos de ver que na taça do rei, apenas foram eliminados pelo Real Madrid de Mourinho, após dois jogos disputadíssimos. Penso que o momento marcante da época foi precisamente o inicio, quando o até então treinador-adjunto António Alvarez assumiu o comando da equipa, não conseguindo vingar e culminando com a eliminação da champions aos pés do Braga, o que acabou por condicionar o resto da época, já que logo de seguida houve troca de treinadores. Foi mais um caso de um treinador que fez a carreira como adjunto e quando chegou o momento de dar o salto falhou redondamente, um pouco á imagem de Carlos Azenha =).

Em relação á eliminatória e ao contrário do que tenho lido por aí, não concordo que a esteja resolvida. Se olharmos ao jogo de Sevilha vemos que a nossa equipa entrou forte no jogo, criando a primeira oportunidade de golo, mas a partir daí não mais conseguiu ligar o jogo. Achei preocupante a segunda parte do FCPorto, em que não conseguimos fazer uma jogada com principio, meio e fim, e fomos claramente bafejados pela sorte, com dois golos em alturas que o Sevilha estava claramente por cima.

A meu ver, esta situação de incapacidade em criar jogo, que é muito mais notória em jogos com equipas mais fortes, deve-se principalmente á ausencia de Falcão na equipa. O FC Porto apresenta um futebol de posse de bola (muito a meu gosto), e é precisamente aí que a ausencia de Falcão se faz sentir. Muito mais que um 9 podemos dizer que Falcao é um 9 e meio, são os seus recuos no terreno para receber a bola de costas para a baliza, arrastando normalmente ou os centrais adversários, ou os médios-defensivos, que permitem á nossa equipa abrir espaço para as entradas de Hulk e Varela, ou então a progressão de Moutinho e Belluschi, para zonas mais perto da grande área. Quando isto acontece, é normal vermos Falcao, que havia dado início ao lance, numa fase posterior a aparecer para concluir.

É este tipo de movimento que Hulk, sendo um jogador de explosão não consegue reproduzir. Hulk não é jogador para jogar de costas para a baliza, a distribuir para as alas de forma eficaz e rápida, pelo contrário sempre que vemos Hulk com a bola, vemo-lo a virar-se de frente para a baliza e a tentar arrancar com a bola, o que sendo a zona central do terreno a mais povoada, resulta normalmente em bola perdida.
Faz-me um pouco confusão esta opção de Villas-Boas, penso que apesar da inexperiencia, a equipa alterava muito menos o seu modelo de jogo com a inclusão de Walter. Mas pronto o homem é que é pago para lá estar, e até ver tem-se saído muito bem, e quando assim é tudo vai bem =).

Mais para o meio da semana, a antevisão ao jogo da segunda mão.