CARO ENGENHEIRO CUSTOIAS

Plenamente de acordo com a sua tão completa análise de ontem. Repare que ainda no último Trio de Ataque onde, com excepção do nosso Miguel Guedes, nenhum dos outros (comentador incluído) percebe um boi de futebol, nem de nada, o ex-sindicalista, completo analfabeto futebolístico que não consegue acertar numa merda duma sondagem eleitoral, chama a terreiro a lengalenga da não aprovação dos Estatutos.

Como toda a gente já percebeu, a dita cuja “alteração estatutária”, foi cozinhada entre os advogados do Benfica (até andava por lá um que foi corrido do Ministério da Justiça), o Secretário de Estado do Desporto e Juventude Laurentino Dias e mais alguns lacaios do senhor Vieira, devido á mania que estes pobres de espírito têm, que o nosso Clube é quem controla a situação de tudo o que diga respeito ao Futebol. O problema é que conseguiram aprovar unilateralmente o que eles chamam “Novo Regime Jurídico das Sociedades Desportivas” que, entre outras inconstitucionalidades, contraria as percentagens representativas (pelo método de Hondt), acordadas com TODAS as Associações, aquando da aprovação dos anteriores Estatutos (ainda em vigor) a que eles chamam ultrapassados. Naturalmente que o princípio era o de que as Associações com maior numero de praticantes, teriam direito a uma maior percentagem de votos.

No “antigamente” quando Salazar levava ao colo o clube do regime, achavam tudo muito natural, dividiam os campeonatos entre as duas confrarias lá para os lados do Aeroporto (ainda não havia as 2 circulares) e tudo estava bem na “paz do Senhor”. Dum lado os arruaceiros duma popular freguesia de Lisboa, do outro, a linhagem genética dos Viscondes de antanho. Era a época do Deus, Pátria, Autoridade, do “obrigado Portugueses, temos o Santa Maria connosco” e outros mimos daqueles tempos.

Depois da chamada guerra colonial, e fartos de aturar o homem, alguém o atirou abaixo duma cadeira e foi um ar que se lhe deu. Nos futebóis a mama também estava para acabar. Uma década depois, os banqueiros, no caso Afonso Pinto de Magalhães, já mandavam no desporto dos pobres. Um dia, o nosso actual Presidente que andava à brincadeira com o Reinaldo Teles pelos torneios de boxe acordou mal disposto, resolveu candidatar-se e acabar com aquela bagunçada. Mais precisamente em 17 de Abril de 1982, com o Pedrotinho e mais meia dúzia de bravos (o saudoso Pôncio incluído) agarrou o touro pelos cornos e tem-nos levado à senda irrepetível das vitórias que, por extensas, não cabem nesta crónica, não só no futebol como nas mais diversas modalidades queridas dos sócios, nomeadamente o Hóquei em Patins, o Basquetebol, o Andebol etç.

Nestes quase 30 anos, e fartos de levar no pêlo, os seguidistas da “instituição” da 2ª Circular (todos aqueles referidos no seu excelente comentário e mais alguns que nem sequer merecem a “honra” de figurar na lista dos mais execráveis) montam anualmente uma procissão de laudas ao Orelhas…

Já estamos habituados, até achamos mesmo muita graça. Só que, este ano, os andores atrasaram-se 3 semanas para sair do adro e a coisa está a correr-lhes muito mal, não há “fedorentos” que lhes valham. A única esperança é mesmo, colocarem na Federação (como no ano passado aconteceu na LIGA) uma pessoa que lhes apare as golpadas, neste caso o inefável Seara. O mais curioso, é que o senhor Madaíl apareceu com uma carta (?!) onde a UEFA e a FIFA dizem que os Estatutos que estão para ser aprovados “não contrariam em nada a filosofia da UEFA”. Pois não! Nem é isso que está em causa. O que as associações contestatárias dizem é que “não estão em conformidade com aquilo que elas próprias aprovaram por unanimidade, e foram aceites e registadas na Tutela.” Como raio é que passados alguns anos o Estado que, segundo os princípios da UEFA, não se pode imiscuir no livre Associativismo no que ao Futebol respeita, quer ver a sua ingerência ratificada? E não há ninguém, excepção feita a alguns juristas da área do desporto, que reaja a esta armadilha?

Quanto ao resto do seu artigo, e face ao reduzido eco que a eliminação do Sevilha teve nos tais média do regime, vamos esperar para ver se amanhã, coisa que não acredito, a “instituição” conseguir passar para a eliminatória seguinte, vão embandeirar em arco.

Abraço