HIS MASTER VOICE

Esta manhã, no decurso da minha voltinha higiénica, parei na montra duma tabacaria onde as capas dos pasquins oficiosos do Benfica, mais precisamente A BOLHA e o RASCORD titulavam em letras de caixa alta: “OBSERVADOR CONFIRMA QUE JAVI FOI MAL EXPULSO e “JAVI FOI MAL EXPULSO”. Aproximei-me e li em letras pequeninas, daquelas das companhias de seguros, um excerto do relatório do observador senhor Joaquim Campos inserto sobre o título do RASCORD:

“1 – Descrição do jogo – Jogo disputado numa noite fresca propícia à prática do futebol e num relvado em bom estado. Previa-se um jogo de significativa exigência para o árbitro o que veio a acontecer. Foi equilibrado, bastante intenso, movimentado e com velocidade a “exigir” a necessária atenção e acção técnica por parte do árbitro, que aqui, não se deparou com grandes dificuldades e conseguiu controlá-lo de forma equilibrada. Já no plano disciplinar, o jogo tornou-se bastantes mais exigente, como se constata pela acção disciplinar exercida, mas aqui o árbitro contribuiu também em parte para isso com os seus erros, sobretudo com a expulsão, injustificada, do nº 6 da equipa B aos 40’ do 1º tempo, caso que acabaria por marcar negativamente a sua actuação e o próprio desenrolar do jogo. O comportamento “algo agitado” dos bancos em alguns momentos, foi, de forma atenta e eficaz, controlado pelo 4º … (Cont. em 12)”

Passando ao lado da gramática desta algaraviada, importa fazer algumas reflexões:

a) - Quem teria enviado o relatório aos pasquins? A resposta é óbvia: a “instituição”.

b) - Será norma habitual dos jornais desportivos publicarem relatórios dos observadores quando estes referem erros que prejudicam os adversários do Benfica? Resposta: não.

c) - Quem são, como, e por quem, são seleccionados os “observadores”? Resposta: ninguém sabe.

d) - Não será no mínimo uma aldrabice considerar o comportamento daquele carroceiro que anda na linha lateral a insultar os árbitros, apenas como “algo agitado”?!

Este Joaquim Dantas, pela amostra do parágrafo acima, faz-me lembrar aquela história do menino da 4ª Classe a quem foi pedida uma redacção sobre a Pátria. A criancinha, depois das habituais frases feitas: “devemos amar a Pátria”, blá,blá, blá “quem manda na Pátria é o Rei”, etç. etç. etc. rematava a faena com esta insólita afirmação: “EU nunca fui à Pátria”!

Como os cãezinhos amestrados do senhor Vítor Pereira, começam a dar sinais de desespero e a fugir-lhe às nomeações sem pés-nem-cabeça, ficamos a aguardar com a maior das expectativas a próxima “conferência de Imprensa” deste provocador, não sabendo por quanto tempo mais, os órgãos que mandam no futebol, demoram a corrê-lo dali para fora.