VÍTOR PEREIRA ACABOU

Amigo Artur

Leio com atenção os comentários que o meu amigo e os restantes colegas têm colocado no nosso blogue sobre a “crise” do Clube, por isso gostava de partilhar convosco algumas reflexões que podem ajudar a compreender o que se passou.

Vamos lá ver por ordem cronológica:

1 – A época de sonho com Villas-Boas não deve ser fácil de repetir. O homem foi “apenas” um treinador duma equipa da franja da Europa a quem tudo calhou bem.

2 – A SAD (e quando digo SAD quero dizer Pinto da Costa porque, os restantes Directores apenas fazem parte da paisagem) foi apanhada completamente de surpresa com a sua saída. Isto parece consensual. O nosso Presidente, atenuou um pouco o que aí vinha, ao renegociar a cláusula de rescisão quando teve conhecimento dum “encontro” em Londres entre o então nosso treinador e representantes do Chelsea.

3 – O facto de existirem alguns contactos não era suficiente por si só, para se ter a certeza que seria possível um clube pagar aquele balúrdio por um treinador praticamente desconhecido. Até o termos contratado, era um adjunto de Ferguson como já o tinha sido Queiroz. Vítor Pereira, ou Pedro Emanuel também eram adjuntos. O trabalho que AVB efectuou na Académica não foi nada de especial, e no Chelsea já teve mais derrotas do que nós.

4 – Depois da rescisão se ter consumado toda a gente que eu conheço achou normal a substituição, aliada ao facto, também conhecido, de se dizer que era VP “que dava o treino”, lá dentro no relvado.

5 – Inicialmente tudo pareceu correr bem, pese embora algumas exibições menos conseguidas onde, apesar de tudo, acabámos por pontuar.

6 – O sinal de alarme aconteceu no jogo da 6ª jornada. Com o factor psicológico conseguido com os 5-0 do ano passado tínhamos que entrar a matar. Mas não. A equipa entrou medrosa, sem convicção, e hipotecou uma subida na tabela classificativa que provavelmente seria fatal para o nosso adversário.

7 – Mas estávamos no início de Março. Alguém, pensando racionalmente, adivinhava que o pior estava para vir? Claro que não. Qual seria o clube que trocava de treinador naquela altura com a Liga, a Champions e a Taça de Portugal para disputar?

8 – Facto importante: o nosso Presidente sempre defendeu até ao limite os nossos jogadores e os nossos treinadores. Ora sendo ele quem, de há muitos anos, escolhe o treinador, imagine-se o que seria, se com uma sequência de jogos a decorrer quase em simultâneo, uma troca imediata de treinador, não resultasse!

9 – Tenho para mim que as “convocatórias às Selecções” tiveram um impacto muito importante na desarticulação da equipa. Não acredito que os jogadores estejam “a fazer-lhe a cama”. Ninguém na Europa liga puto à nossa Liga. Apenas do êxito desportivo que tivermos nas provas Europeias, depende o futuro dos atletas.

11 – Mesmo com a vitória de ontem, Vítor Pereira acabou como treinador no FC Porto. Mas qualquer precipitação poderá ser fatal para a continuação da época. Ainda temos a Liga e a Taça Lucílio Batista para disputar, e o jogo com o Braga é muito importante. Agora não se pode falhar outra vez. E não estou a ver, assim de repente, treinador à espreita. Nem me falem de alguns nomes que ouço por aí. Só quem não conhece Pinto da Costa admitiria que Villas-Boas pudesse voltar. Por mim, mais rameiras… nem de borla!

Abraço