segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ai Vítor, Vítor

E não é que a equipa europeia mais parecida com o Barcelona, pelo menos é o que tenho lido e ouvido por aí nos últimos meses, espetou-se em dois jogos consecutivos e tem a Liga dos Campeões em risco (apesar de a imprensa ter concordado quase unanimemente que em São Petersburgo não houve derrota, mas meia vitória) e tem o FC Porto a dois pontos? Sim, o impossível acontece. Afinal, vender sonhos tem o lamentável revés de a realidade poder cair em cima e ser uma grande chatice.
Antes de cumprirmos a obrigação em Setúbal, onde ficou confirmado que as chegadas de Lucho e Janko foram do melhor que aconteceu ao FCP esta temporada, pena foi que tenhamos deixado escapar a vitória frente ao Manchester City e agora precisemos de um quase milagre para conseguirmos seguir em frente rumo à reconquista da Liga Europa.
Deixar escapar é mesmo a expressão adequada. Depois de uma primeira parte que andou muito perto do melhor que este FC Porto pode dar e fazer, o resto foi um descalabro completo. Tudo começou com a lesão de Danilo ainda na primeira metade, prosseguiu com autogolo de Álvaro Pereira (que, ainda por cima, viu amarelo e está impedido de jogar a segunda mão) e teve origem directa na batuta, ou falta dela, de quem estava no banco a comandar as tropas. Eu sei que bater em Vítor Pereira é do mais fácil que existe actualmente. Mas como não sou como os cegos que criticam o treinador mesmo quando este faz bem, sinto-me com a consciência tranquila para afirmar que foi Vítor Pereira quem nos tramou desta vez.
A expressão facial de Vítor Pereira logo a seguir ao primeiro golo do Manchester City foi eloquente. Ficou petrificado, olhando no infinito do relvado como se lhe tivesse morrido a família toda de uma só vez. Os jogadores, mesmo os mais experientes nesta coisa da bola, sentem o banco, percebem o que por lá se respira e esperam dele alento quando a motivação ameaça bater no fundo. E o que viram os jogadores do FC Porto? Um treinador receoso, atarantado, medroso e sem a mínima capacidade de reacção à adversidade. Sinal disso mesmo foi ter demorado uma eternidade a realizar uma substituição (exceptuando, claro, a forçada saída de Danilo), optando por mexer na equipa cerca de 15 minutos após o golo do empate, quando o Manchester City dominava e estava muito mais perto da nossa baliza do que nós da deles.
Resultado: o segundo dos britânicos foi apenas a consequência lógica do descalabro. Perda de bola ridícula e assassina no nosso meio-campo e o City a fazer o previsível.
Haja, contudo, fé que vamos dar a volta à coisa no City of Manchester, de lá trazendo uma inédita vitória em Inglaterra. Porque portista que se preze acredita sempre e jamais desiste de aceitar que é capaz de se superar nos piores momentos. Lema que, falo por mim, aplica ao clube e exige a si próprio.

1 comentário:

  1. "Haja, contudo, fé que vamos dar a volta à coisa no City of Manchester, de lá trazendo uma inédita vitória em Inglaterra. Porque portista que se preze acredita sempre e jamais desiste de aceitar que é capaz de se superar nos piores momentos."

    Tudo dito amigo, subscrevo...

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