quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Joaquim Leão, o meu ídolo


Joaquim Leão

Agora que a presente edição da volta a Portugal em bicicleta, em versão mais reduzida por mor da maldita crise que nos atormenta o espírito e nos "alivia"  as carteiras, agora, à hora deste escrito, o pelotão já rola no sentido de Gouveia com passagem pelas Penhas/Douradas onde tudo se pode resolver(ou não) e onde os mais valentes darão mostras das suas reais capacidades.
Não obstante a mítica subida da Srª da graça que me prendem aos ecrans televisivos por razões afectivas e, ainda, porque  tive o privilégio de assistir a 1ª chegada ao monte farinha nos idos anos de 70, a serra da estrela e os finais das localidades que a constiturm,  foi sempre uma etapa de referencia das minhas paixões velocipédicas.
Pelo serpentear da serra, a simbiose do homem/bicicleta contra a luta titânica da  sinuosidade da serra era um espectáculo inolvidável que aviva sempre as memórias de difícil narração.
Destas memórias, como não podia deixar de ser, saltam as mais deslumbrantes camisolas do FCP que deram vida, cor, alegria e competição ao pelotão nacional.
Com Carlos Carvalho, Sousa Cardoso, Mário Silva, Onofre Tavares, José Pacheco Joaquim Santos, Marco Chagas e tantos outros onde se incluem aqueles que a minha geração só conhece dos registos históricos, os dragões, na altura depreciativamente apelidados de "Andrades", construíram uma hegemonia que ainda perdura nos nossos dias apesar dos longos anos de extinção da modalidade.
E falta aqui um. O enorme Joaquim Leão que dá o mote para a minha peça.
Por alguma razão poderia esquecer-me do meu ídolo de juventude?
Nem pensar! 
Joaquim Leão, proporcionou-me uma das maiores alegrias da minha vida  de dedicação ao FCP. 
Depois de quatro anos-também aqui somos tetra-1959/60/61/62 a ver as camisolas do clube sempre no podium, eis que chega um "intruso", de seu nome João Roque a "roubar-nos" a volta de 1963. Para um puto como eu aceitar este dislate era impensável, onde as emoções se sobrepõem à razão e os nossos têm prioridade sobre os  melhores. Coisas que a paixão juvenil não tem explicação.
Seja como for, Joaquim Leão, não sendo nenhuma estrela, no ano seguinte, em 1964, num assomo de paixão pela modalidade entrega total e amor ao clube vence a volta encarregando-se de restituir ao FCP o título de vencedor após uma luta heróica com os tubarões do pelotão.
Foi ai que nasceu a minha admiração pelo Joaquim Leão. O meu FCP voltava ao "palanque" dos vencedores.
Do que tenho partilhado com este meu ídolo sei que continua a viver o FCP com a mesma paixão de sempre mas sei, também, que não consegue abafar a mágoa de ver o ciclismo fora da orbitra das prioridades da estrutura clubistica, ainda que mantenha a esperança de voltar a ver o azul-branco a percorrer as estradas portuguesas. Segundo a sua sabedoria de 70 anos, muitos deles em cima das duas rodas, ele,  tem a solução para  o regresso do ciclismo aos Dragões. Para tanto, segundo ele, só precisa de conversar com Pinto da Costa.
Enquanto isso, vai-se ficando pela sua OFM.
Porque eu também gostava de ver bicicletas dragonianas 

José Xavier    

    


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