ALEGRIA E CONFUSÃO

Vai pela habitual imprensa afecta ao clube do regime, um misto de alegria e confusão acerca do real valor que uma eventual transferência de Di Maria possa representar para os depauperados cofres do clube. Mas comecemos pelo princípio: Quando o atleta foi contratado em 2007, o valor anunciado foi de 6M€ por 80% do passe. Mais tarde em 2008 o clube adquiriu os restantes 20% por mais 2M€. Entretanto o jogador valorizou-se, foram actualizados os vencimentos (a cláusula da rescisão passou para 40M€) e a SAD colocou uma percentagem do passe num Fundo de Investimentos, o Benfica Stars Fund, um Organismo Especial de Investimento com um Capital de 40M€, composto por vários investidores, entre os quais se encontram o BES, Jorge Mendes e o próprio Benfica que possui 15% em unidades de participação, pelas quais pagou 6M€.

Este Fundo adquiriu percentagens dos direitos desportivos de outros jogadores que não interessa aqui para o caso especificar, tendo avaliado o passe de Di Maria em 22M€ dos quais adquiriu 20% desse valor, logo 4.400M€. Quando e se, o atleta for negociado, o Benfica nunca receberá a totalidade do valor da transferência. Tem que “repartir” o bolo pelos restantes proprietários dos direitos, pelo menos 20% são do Fundo. Naturalmente que ao valor que daí resultar, temos que subtrair as despesas habituais nestas transacções: comissão de gestão, depósito, supervisão, resgate da garantia do passe, auditoria, serviços jurídicos, exames médicos, comissões a agentes FIFA (por regra 10% da transacção), contribuição de 5% para o Fundo de Solidariedade da FIFA etç. a que acrescem os habituais IRS ou IRC consoante as características fiscais dos intervenientes. Finalmente, para chegar ao lucro líquido, ainda tem que retirar o valor que lhe custou o passe, mais o valor da quota para entrar no Fundo, e os chorudos salários mensais desde que ele cá chegou para, em 3 anos, marcar 14 golos!