És grande, Domingos (ou como o Sporting é muito pequeno)

O FC Porto lá ganhou ao Leiria, lá vai ganhar ao Manchester City e lá vai ganhar o campeonato. Sim, fé de dragão pode esmorecer mas nunca morre.
Pela primeira vez desde que para aqui escrevo, com muita honra e orgulho, permitam-me que não fale do FC Porto em si, mas de alguém que já deu muito clube e agora foi tratado de forma quase desumanamente estúpida pela entidade patronal que serviu com dedicação, saber e empenho: Domingos Paciência.
A) Domingos nunca deveria ter sido despedido pelo Sporting: fez de cacos uma equipa razoável que tinha muito para dar, embora não este ano. Mas naquela casa só se pensa no hoje e o amanhã é demasiado longe para que por ele se espere.
B) Domingos nunca foi bem visto em Alvalade. Porque sempre o associaram ao FC Porto e porque antes de ter ido parar ao Sporting jamais tinha feito parte da corte bajuladora de Lisboa
C) Domingos não virá para o FC Porto. Não porque seja mau treinador, sempre o apreciei e, se exemplos faltassem, o que fez em Braga (um segundo lugar em que lutou matematicamente pelo título até à última jornada e uma final europeia) prova que tem o génio dos melhores. Mas o futuro treinador do FC Porto está há muito traçado e, ironia do destino, senta-se no banco em que Domingos se sentou até à época passada.
D) Domingos esteve sempre mal rodeado no Sporting, daí que a sua saída fosse previsível, era apenas uma questão de tempo.
E) Está confirmada a belenização do Sporting. Um clube que decide por impulso e que não fala a uma só voz, tem o destino traçado. E merece-o.
F) A justificação de que Domingos terá tido contactos recentes com o FC Porto, vinda a público baseada em convenientes fontes não identificadas, apenas confirma que o clube dos viscondes é de uma vil baixeza, capaz deste tipo de comportamentos abaixo de cão. O que o Sporting fez é do mais rasteiro que vi no futebol português desde sempre. Sobretudo porque tal informação veio a público já Domingos estava despedido e sem possibilidade de defesa. Foi atacado, portanto, pelas costas, algo que apenas dignifica os que pautam a vida pelo signo da cobardia.
G) A diferença entre um clube banal e um grande clube vê-se na forma como o Sporting tratou Domingos e o FC Porto lida com Vítor Pereira.

H) Posto isto, nada mais do que um abraço forte de solidariedade para alguém que já nos deu muitas alegrias e sentiu o emblema do FCP como poucos sentiram. Mesmo que jamais venhas a treinar-nos, serás sempre um dos nossos, Domingos.