
A sua política de comunicação é um desastre. Que o carroceiro goste “de se dar ares” nas entrevistas, ainda vá, o homem afinal é treinador, não é um especialista em discursos. Também não lhe ouvi o mesmo estardalhaço contra o árbitro que perdoou uma penalidade indiscutível, sequer parecido com as asneirolas que debitou a propósito do coice de Aimar no jogo da Olhanense. Compreende-se. Uma coisa é criticar aquela cambada incompetente dos árbitros chefiada pelo senhor Pereira. Outra é levantar a voz contra a Uefa que tem a mão pesada. Como se costuma dizer “quem tem cu tem medo”.
Quando se permite a um administrador da Sad uma exposição semanal num programa desportivo de grande audiência e se deixa estar duas horas a dizer asneiras, as fanfarronices do treinador são pérolas literárias. Sabemos que a maior parte das fantasias daquele clube, não são “inventadas” pelos excelsos administradores. São vinculadas sim, pelo próprio presidente, quando por exemplo, se pretende equiparar aos Barças, ou Arsenais, na questão dos direitos televisivos. Pedir 40 milhões para deixar transmitir 15 joguinhos em casa, só mesmo por graça. Gostava de ver o senhor Vieira e os seus acólitos com uma pastinha debaixo do braço vender os jogos aos anunciantes para ver o que custa impingir gato por lebre.
No início desta época, e face ao descalabro do anterior ano desportivo, foi anunciada a presença junto da equipa, do professor Manuel Sérgio pseudo psicólogo e admirador de José Mourinho. Não serviu de nada. Vieira não é Abramovich. Jesus não chega aos calcanhares de Mourinho. Cardozo e Aimar ficam a milhas de Ronaldo e Messi.
O Benfica está a provar do seu próprio veneno. Vendeu os melhores jogadores: David Luiz, Ramires e Coentrão e não conseguiu substitutos à altura. Tem que voltar ao princípio, a começar por empandeirar o treinador da treta, os “comentadores” de faca e alguidar, os “administradores” que ninguém percebe o que fazem e, quiçá, o seu presidente. Com esta política de comunicação, não enganam mais papalvos, e arranjar armadilhas nos túneis já foi chão que deu uvas. Tem que começar a voar mais alto. Por exemplo, sobre um ninho de cucos.